Saída de Ernesto Araújo

Está por dentro dos últimos acontecimentos no Poder Executivo?

Nesta segunda-feira (29), Ernesto Araújo foi afastado de seu cargo no Ministério das Relações Exteriores. Em sua trajetória como ministro, alinhou a política externa brasileira à política estadunidense de Trump. Marcada por conflitos com a China, a relação entre o ministro e a potência oriental foi galgada por críticas ao comunismo e ao vírus de origem asiática.

Frente à crise sanitária, Ernesto manteve sua posição de entrave, em relação a acordos com outros países, que visavam a aceleração do processo de vacinação. Tal posicionamento irritou congressistas, que se uniram para reforçar a necessidade de demissão do ministro. O que tomou palco em toda essa discussão, foram três senadoras, em especial Simone Tebet (MDB – MS), que, em seus discursos nada amistosos, pediram para que Ernesto renunciasse e, assim, pudesse dormir com a consciência tranquila. 

Ernesto, pouco antes de sua saída, insinuou que a senadora Kátia Abreu (PP -TO), em conluio com empresas chinesas, estaria articulando a saída do ministro, motivada por prerrogativas econômicas. Anunciada a saída de Ernesto, iniciou-se uma reforma ministerial, com o anúncio de cerca de seis mudanças em diversos corpos do poder executivo. Ainda no mesmo dia, Carlos França foi nomeado para substituir Ernesto, no Itamaraty.

A saída de Ernesto é emblemática e demonstra que muitas mudanças devem ocorrer no Poder Executivo..

A mudança notória no quadro ministerial é reflexo da pressão exercida pelo centrão. Arthur Lira (PP -AL), em discurso, posicionou-se, em relação às ações de Bolsonaro, chegando a mencionar “remédios políticos amargos, que podem vir a ser fatais”. Flávia Arruda (PL – DF) foi alocada na secretaria de governo, com isso, o centrão tem seu lugar no Planalto e passa a controlar a liberação de verba para parlamentares.

O substituto de Ernesto, Carlos Alberto França, é conhecido por ser discreto e evitar conflitos. Além disso, ele tem boa relação com os diplomatas e com políticos do centrão. Nunca chegou a chefiar representações brasileiras no exterior, mas já foi ministro-conselheiro na embaixada brasileira em La Paz, na Bolívia e alguns anos atrás manifestou interesse na construção de uma usina hidrelétrica binacional na fronteira com a Bolívia. 

Os últimos cargos que ocupou antes de assumir o posto de novo Ministro das Relações Exteriores foi de subchefe do cerimonial da Presidência da República no governo Temer e chefe da assessoria especial do governo  Bolsonaro. 

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